A Fiocruz vai investigar as transformações causadas pela pandemia da Covid-19 nas condições de trabalho e saúde mental dos trabalhadores que atuam na assistência a povos indígenas no território brasileiro. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, este contingente é formado por cerca de 20 mil profissionais.
O objetivo do estudo, que tem apoio da CNTS, é gerar dados e informações sobre as condições de vida e trabalho dos profissionais que atuam na assistência a povos indígenas no território brasileiro. Além disso, esse estudo irá auxiliar as entidades profissionais a criarem propostas de melhorias para o Sistema de Saúde do país, além de implementar o desenvolvimento de ações estratégicas e políticas públicas no campo da gestão e trabalho.
A pesquisa ”Os Trabalhadores da Saúde Indígena: Condições de Trabalho e Saúde Mental no Contexto da Covid-19 no Brasil” conta com um questionário que vai revelar o perfil sociodemográfico, a jornada de trabalho, as condições e o nível de proteção durante o exercício de sua atividade, além das alterações provocadas pela pandemia na vida pessoal e profissional desses trabalhadores que prestam assistência aos povos indígenas.
O atual estudo coordenado pela pesquisadora Maria Helena Machado, da Fiocruz, é um desdobramento da pesquisa Condições de Trabalho dos profissionais de saúde no contexto da Covid-19 no Brasil, que analisou a realidade de vida e trabalho dos profissionais da equipe de saúde que atuam em todo o país na linha de frente da pandemia e revelou um cenário de exaustão, falta de proteção e diversos danos na saúde mental dos profissionais de saúde. As pesquisas, juntamente com outro estudo que também avaliou as Condições de Trabalho dos Trabalhadores Invisíveis no combate à Pandemia, formam uma tríade que contempla todo o universo dos trabalhadores que atuam na pandemia.
“Vivemos momentos críticos na assistência à saúde em geral e, de forma ainda mais acentuada e inaceitável, de colapso na assistência à saúde indígena. A pandemia explicita essa situação grave; e isso nos preocupa. Com essa pesquisa, esperamos conhecer, de fato, a situação e condições de trabalho e saúde mental de todos os trabalhadores que atuam e atuaram no combate à Covid-19 no nosso país, permitindo não só o conhecimento, mas a formulação de políticas públicas que protejam e possibilitem melhores condições de vida e trabalho a esse contingente tão essencial”, afirmou Maria Helena.
O estudo contempla mais de 20 categorias profissionais e incorporou pajés, Agentes Indígena de Saúde – AIS e Agentes Indígena de Saneamento – Aisan, condutores de ambulância, ambulancha, motolancha, barqueiro e pilotos de aeronaves, além dos médicos, profissionais da Enfermagem, cirurgiões dentistas, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos, fisioterapeutas, assistentes sociais e outros trabalhadores.
A CNTS conclama suas entidades filiadas e vinculadas e os trabalhadores a participarem deste importante estudo. O questionário é anônimo e todas as informações declaradas irão permanecer em sigilo. Participe da pesquisa, sua participação é muito importante! Acesse o link e responda ao questionário, clicando aqui.
Fonte: CNTS, com Fiocruz