Matéria-prima chega da China a partir de sábado e poderá aliviar a escassez de imunizante contra a Covid-19 no país.
O Ministério da Saúde e o governo de São Paulo deram boas notícias na segunda-feira, 17, sobre a chegada de novos lotes do insumo farmacêutico ativo de duas vacinas contra a Covid-19 no Brasil. Com a matéria-prima poderão ser feitas mais 25 milhões de doses de imunizantes e aliviar um pouco a escassez do produto na Campanha de Vacinação.
A Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz receberá, no sábado, dois lotes do insumo farmacêutico ativo – IFA da vacina de Oxford/AstraZeneca, com quantidade suficiente para envasar 18 milhões de doses, afirmou na segunda-feira, 17, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz. Segundo ele, o governo federal recebeu a confirmação na segunda de que a China embarcará no dia 21, com chegada ao Brasil no dia seguinte, dois lotes que originalmente seriam enviados separadamente nos dias 21 e 28.
“A boa notícia é que hoje recebi a confirmação de que esses dois lotes vão ser embarcados no dia 21 de maio. Então, é uma quantidade suficiente para produção de aproximadamente 18 milhões de doses”, disse Cruz em audiência da comissão temporária de acompanhamento da Covid-19 no Congresso.
Já a quantidade de IFA para a Coronavac foi anunciada pelo governo paulista. O Instituto Butantan deve receber no dia 26 a próxima remessa de IFA da Coronavac, com 4 mil litros de insumos na China para a produção de cerca de 7 milhões de doses. “O Butantan recebeu nesta manhã da China a previsão do envio de nova remessa de insumos ao Brasil para produção da vacina do Butantan. A chegada do novo lote com 4 mil litros de insumos está prevista para o dia 26”, afirmou João Doria, governador de São Paulo.
O governo estadual explica que o quantitativo entregue na sexta-feira já contempla o início do segundo contrato firmado com o Ministério da Saúde para mais 54 milhões de vacinas. “Além das novas doses da vacina contra a Covid-19, serão entregues em maio mais 30 milhões de doses da vacina contra a gripe ao Ministério da Saúde, para distribuição em todo o país”, diz o governo.
Tanto a Fiocruz como o Butantan dependem da chegada de IFA enviado pela China para continuar o processo de fabricação dos dois imunizantes mais usados no país contra a Covid-19. No caso do Butantan, o envase foi interrompido na semana passada por falta de insumos da vacina da chinesa Sinovac, enquanto a Fiocruz anunciou que interromperia o envase da vacina da AstraZeneca esta semana até a chegada de um novo lote.
O Butantan, ligado ao governo de São Paulo – cujo governador, João Doria (PSDB), é desafeto do presidente Jair Bolsonaro – afirma que recentes ataques de Bolsonaro à China têm interferido diretamente no cronograma de liberação de novos lotes de insumos pelos chineses. Nesta segunda-feira, Doria reiterou que o atraso se deve a uma “questão política e diplomática”.
As vacinas da AstraZeneca e CoronaVac são as duas principais em uso no País contra a Covid, sendo responsáveis por 99% de todas as doses aplicadas no país, sendo 69% da CoronaVac e 30% da AstraZeneca. A Pfizer representa o 1% restante.
O Butantan já entregou ao Ministério da Saúde 47,2 milhões de doses da Coronavac de um total contratado de 100 milhões, enquanto a Fiocruz entregou 34,9 milhões de um primeiro contrato de 104,5 milhões. Até o momento, o Brasil vacinou 35,8 milhões de pessoas com a primeira dose, o equivalente a 17% da população, e 17 milhões com as duas doses – 8% da população.