A comissão organizadora, referendada pela diretoria da CNTS, aprovou na semana passada, os temas que serão debatidos no Congresso Nacional Extraordinário da CNTS, cujo tema central é “Valorizar os Profissionais de Saúde é Valorizar a Vida”. O evento será realizado entre os dias 10 a 12 de março de 2020, em Luziânia, Goiás. O debate terá como temas conjuntura, perfil, ações para valorização dos trabalhadores da saúde; fortalecimento e organização sindical do sistema confederativo da CNTS; e sustentabilidade financeira das organizações sindicais integrantes do sistema confederativo da CNTS. Assuntos relevantes do mundo do trabalho, como a liberdade de organização sindical, o direito à negociação coletiva, sustentabilidade financeira e o direito de firmar acordos coletivos de trabalho serão amplamente abordados.
A diretoria também aprovou que seja enviado para as entidades participantes questionário com objetivo de conhecer a realidade e as posições das bases, com pesquisa sobre índice de representatividade, participação nas assembleias, sindicalização, ações realizadas pelas entidades para dialogar com os trabalhadores, entre outros assuntos. Vale ressaltar que o questionário deve ser respondido até 5 de outubro e que o prazo de inscrição dos delegados acontece até o dia 30 de setembro. As respostas das entidades serão utilizadas para a CNTS elaborar a programação final do Congresso Nacional Extraordinário.
O tesoureiro-geral da CNTS e diretor primeiro secretário da FETESSESC, Adair Vassoler, reforça que a base vai definir os rumos do evento da Confederação. “A Confederação e suas entidades filiadas e vinculadas trabalham, organizam, defendem e fazem avançar a pauta da classe trabalhadora por conta da base, por isso ela será ouvida e terá voz no Congresso do ano que vem”, afirma.
Fortalecer as entidades para que elas possam continuar lutando pelos trabalhadores será o principal objetivo do evento, como lembra o secretário-geral da CNTS, Valdirlei Castagna. “Com instituições fortes e substanciais não há como os ataques dos últimos anos prevaleçam. A barbárie cometida contra os trabalhadores acabaria. E o atual governo já percebeu a força do movimento sindical, por isso promove medidas para atacar as instituições, a mais recente delas é fazer novas mudanças nas leis trabalhistas para anular as entidades. Por isso é de suma importância este Congresso, que terá como objetivo encontrar meios para fortalecer as instituições para que possamos fazer o nosso trabalho principal, defender os trabalhadores”, acrescenta.
A Confederação entende que com o levantamento do perfil da base e com a realização do Congresso Extraordinário será possível enfrentar os ataques promovidos pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário nos últimos anos que, visam paralisar as entidades e tirar direitos dos trabalhadores. Além disso, a busca da CNTS em dialogar com sua base é imprescindível ao processo de resistência à reforma da Previdência, às novas mudanças nas leis trabalhistas, às privatizações e aos ataques que estão sendo acenados pelo governo de Jair Bolsonaro.
Pauta de lutas – Para a diretora de Formação e Política Sindical da CNTS e representante da Federação dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Sul – Feessers, Terezinha Perissinotto, o Congresso consolidará a pauta de luta contra as ofensivas que a classe trabalhadora, e em particular os profissionais da saúde, vem sofrendo. “Momento político tão grave impõe que só com organização, unidade e luta será possível contrapormos aos ataques e alcançarmos o triunfo visando assegurar os nossos direitos. Por isso, é de fundamental importância a participação de todos”.
A diretora de Assuntos Internacionais da CNTS e diretora da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimento de Serviços de Saúde da Região Nordeste – Fetessne, Lucimary Santos Pinto, ressalta que o Congresso Extraordinário se impõe num momento de necessidade de unir forças em defesa dos direitos e das instituições dos trabalhadores. “Neste evento vamos ouvir sindicalistas de todo o país e acredito que conseguiremos pensar em resoluções para diversificar as fontes de financiamento sindical para que possamos garantir a sustentação material da Confederação, federações e sindicatos. Vamos unir forças e demonstrar toda a capacidade de organização do movimento sindical”, afirma.
A diretora de Assuntos de Gênero, Raça, Diversidade e Juventude da Confederação e vice-presidente da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Santa Catarina – Fetessesc, Maria Salete Cross, ressalta que o Congresso é um bom momento para fortalecer as organizações do povo trabalhador, os sindicatos e o movimento de mulheres e de jovens por meio de amplo trabalho com as bases. “O Congresso Extraordinário será um primeiro passo e temos que ir além se quisermos reconquistar os direitos usurpados pelo capital”.
Osmar Gussi, diretor de Pesquisa, Arquivo e Memória Sindical da CNTS e presidente da Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Mato Grosso do Sul – Feessaúde, conclui que independente das dificuldades enfrentadas pelas entidades, o momento exige que organizemos os trabalhadores por baixo, nas bases, para a luta. “Os ataques e as reformas, como a da Previdência, seguirão. A ampliação da reforma trabalhista está em curso e o fim da unicidade sindical é o objetivo. Não podemos esperar de braços cruzados enquanto eles acabam com tudo, a hora de lutar é agora e faremos isso”, sustenta.