No Dia Mundial da Saúde deste ano (7 de abril de 2018), a Organização Mundial de Saúde (OMS) promove a campanha Saúde para todos. De acordo com a OMS, instituição criadora da data, mais da metade da população mundial não tem acesso a serviços de saúde adequados. Neste dia, a organização pede aos líderes mundiais que se comprometam a adotar medidas concretas para promover a saúde para todas as pessoas.
Mais de 800 milhões de pessoas (12% da população mundial) gastam pelo menos 10% da renda familiar em despesas com serviços médicos. Quase 100 milhões de pessoas foram jogadas na pobreza extrema (gasto de menos de 1,90 dólar por dia) por terem que arcar por conta própria com custos de serviços de saúde. A OMS enfatiza que ninguém deveria ter que escolher entre comprar comida ou remédio.
Diferente de muitos países o Brasil possui um sistema público de promoção de saúde para população, o SUS. Com a aprovação da Emenda 95 em 2016, o sistema de saúde pública brasileiro irá sofrer com o congelamento dos gastos públicos nos próximos 20 anos, o que inviabilizará os princípios da acessibilidade, universalidade e integralidade do SUS.
Para o diretor de Assuntos da Área Pública da Fetessesc, Carlos Borges, a justificativa (cortes de gastos públicos) para a aprovação da emenda atinge somente o trabalhador, enquanto favorece outros setores já privilegiados da economia. “Esta emenda que proíbe o aumento dos gastos públicos, acima da inflação, por 20 anos. tem o objetivo de atender a demanda do mercado financeiro no sentido de garantir a realização dos lucros e distribuição dos dividendos. Ao mesmo tempo que retira os direitos dos trabalhadores o governo não realizou ações para reduzir os gastos com a dívida pública e não revisou os contratos de financiamento da dívida.