Que o salário mÃnimo brasileiro já não é a remuneração ideal para o sustento de uma famÃlia, a população já sentia no bolso. Mas a notÃcia de que o governo golpista de Michel Temer iria reduzir em R$ 10 (de R$ 979 para R$969) a previsão do salário mÃnimo para 2018 deixou o trabalhador desavisado do golpe na mão.
De acordo com o DIEESE o salário mÃnimo necessário para a manutenção de uma famÃlia de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.811, 29 (4 vezes o mÃnimo de hoje, que é R$ 937). A pesquisa do DIEESE realizada em junho deste ano sobre o custo da cesta básica nas capitais brasileiras revelou que nos últimos 12 meses nove tipos de alimentos acumularam alta: manteiga (29,91%), café em pó (26,07%), banana (21,27%), tomate (10,91%), açúcar (5,05%), pão francês (3,88%), carne bovina de primeira (3,07%), leite integral (2,97%) e arroz agulhinha (1,70%). Os alimentos só estão aumentando e o salário mÃnimo encolhendo.Â
Quando se compara o custo da cesta e o salário mÃnimo lÃquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em maio, 47,93% do salário mÃnimo para adquirir produtos da cesta básica.
O último reajuste do salário mÃnimo, realizado em 2016, acumulou perda de 0,1%. De 2003 a 2015, o salário mÃnimo teve uma valorização de 77%. A valorização do salário mÃnimo estimulou a economia nacional, derrubando o desemprego de 12,6% em 2003 para 4,8% em 2014.