Representantes da diretoria da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos em Serviços de Saúde de Santa Catarina (Fetessesc) participaram na manhã desta sexta-feira, dia 15, do debate “A ação sindical e a negociação coletiva na atual encruzilhada brasileira”, promovido pelo Dieese, com apoio das centrais sindicais. O encontro contou com palestra do diretor técnico do Dieese Nacional, Clemente Ganz Lúcio, que analisou criticamente o movimento sindical, os desafios da classe trabalhadora e a necessidade de aproximação com a juventude.
Em um primeiro momento, Clemente fez um resgate histórico das lutas do movimento sindical, que culminaram em direitos como o voto para homens e mulheres, 13º, férias, entre outros. “Poucos refletem sobe a realidade de que a modernidade de hoje de nossa sociedade foi construÃda por anos de lutas do movimento sindical. A juventude precisa reconhecer e compreender isto para dar seguimento à luta” disse o palestrante.
Clemente lembrou que os ataques aos direitos trabalhistas promovidos pelo governo interino de Michel Temer fazem parte do “jogo” que está sendo jogado, em que neoliberais defendem seus privilégios e querem fazer com que o time contrário, os trabalhadores, paguem a conta cobrada pela crise econômica.
“A esquerda no Brasil e no mundo não tem encontado unidade em torno de um projeto alternativo. Nós queremos um caminho diferente, mas não temos esse caminho, não temos força e unidade para bancar mudanças estruturais necessárias para esse novo caminho”, afirmou.
Entretanto, o especialista ressaltou conquistas, ao lembrar da eleição do ex-operário e semi-analfabeto Luiz Inácio Lula da Silva, que se elegeu presidente no Brasil, além da união das centrais na luta pela manutenção da polÃtica de valorização salarial.
Na visão de Clemente, para dar sequência a estas conquistas e se preparar para as lutas que se apresentam no atual contexto polÃtico brasileiro, é preciso incluir os jovens no movimento sindical. “A juventude está na luta e demonstrou ter caracterÃsticas do movimento, mas ainda falta a eles identificarem o sindicato como instrumento de luta”, refletiu.
Outro ponto da palestra, que durou cerca de 1h30, foi traçar os desafios diante de duas realidades possÃveis: o retorno de Dilma Rousseff à Presidência da República ou a permanência de Temer. “Com a volta da Dilma Rousseff, o movimento sindical vai ter que dar o respaldo para os embates que ela enfrentaria, garantindo pelo menos 300 deputados para viabilizar a governabilidade. Considerando a manutenção de Temer, a classe trabalhadora precisa se unir para barrar qualquer projeto que seja contrário aos direitos trabalhistas”, ponderou.
Para o diretor do Dieese, a solução passa por uma construção de uma pauta única envolvendo todas as centrais, algo que já começou a ser costurado com o Dieese, em reunião nesta quinta-feira, dia 14.
Presente no debate, a diretora de Formação da Fetessesc e secretária da Juventudade da CUT-SC, Tatiane de Castro, destacou a importância do engajamento dos mais jovens na luta sindical. “Muito interessante a análise do clemente, quando aborda a necessidade de incluir a juventude no diálogo do movimento sindical. Cada vez mais será necessário atrair os jovens para a luta. A gente espera que as entidades sindicais entendam esta mensagem e possam abrir as portas para a juventude, com o objetivo de garantir no futuro a manutençãos dos direitos conquistados e melhores condições de trabalho”, disse.
A mesa do debate foi coordenada pelo diretor sindical do Dieese-SC, Ivo Castanheira, e contou com a participação de representantes da CUT, Nova Central, UGT e Força Sindical. No inÃcio do evento, o Dieese prestou homenagem ao companheiro Moacir Pedro Rubini, secretário geral da Feteesc e representante da UGT, que faleceu em junho de 2016.
