Membros da diretoria da Fetessesc participaram da plenária anual dos dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS). O encontro, no último dia 25 de nvoembro, em Brasília, foi uma oportunidade para debater sobre os problemas políticos, econômicos, éticos e sociais presentes na realidade brasileira atual. No evento, foi lançado o selo do ano Jubileu de Prata, em alusão aos 25 anos da entidade.
Vice-presidente da Fetessesc, Adair Vassoler comentou os objetivos do encontro. “A discussão é mais que oportuna pela grave crise que o país vive e nós, trabalhadores, temos de estar conscientes das causas e consequências de forma a poder contribuir para o fortalecimento da democracia e a retomada do crescimento do país. Para isso, devemos aproveitar os ensinamentos”, disse o dirigente.
No ensejo das grandes mobilizações no Brasil e no mundo, pelo Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher, marcado pela data de 25 de novembro, a plenária da CNTS foi convidada a refletir sobre as causas e consequências dos crimes contra a mulher.
De acordo com dados do IBGE, a cada ano, cerca de 1,2 milhão de mulheres sofrem agressões no Brasil. O estudo Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres mostra que 13 são mortas todos os dias, e destas mortes, 50,3% são cometidas por familiares. Pelas estimativas do Ipea, 500 mil mulheres são estupradas, sendo que somente 52 mil ocorrências chegam ao conhecimento da polícia.
Os dirigentes assistiram a vídeos produzidos pela equipe de comunicação da CNTS sobre a violência contra a mulher e também em homenagem pela Semana da Consciência Negra. Nos dois dias que antecederam a plenária, as questões administrativas e políticas da Confederação foram discutidas pelos membros da diretoria, do conselho de representantes, do conselho fiscal e dos comitês especiais. As reuniões foram momentos também para iniciar o debate acerca de ações e atividades para 2016.
Perfil da enfermagem
“Atualmente, a taxa de desemprego na enfermagem é de 10%. Sem contar com os trabalhadores que vivem de bicos e subjornadas. Em contrapartida, um terço dos profissionais amargam jornadas muito longas”, disse a pesquisadora Maria Helena Machado durante a Plenária Anual dos Dirigentes da CNTS. No quesito mercado de trabalho, 59,3% das equipes de enfermagem encontram-se no setor público; 31,8% no privado; 14,6% no filantrópico e 8,2% nas atividades de ensino.
Considerando a renda mensal de todos os empregos e atividades que a equipe de enfermagem exerce, constata-se que 1,8% de profissionais na equipe (em torno de 27 mil pessoas) recebe menos de um salário mínimo por mês. A pesquisa encontra um elevado percentual de pessoas (16,8%) que declararam ter renda total mensal de até R$ 1.000. Dos profissionais da enfermagem, a maioria (63%) tem apenas uma atividade/trabalho.
Os quatro grandes setores de empregabilidade da enfermagem, público, privado, filantrópico e ensino apresentam subsalários. O privado (21,4%) e o filantrópico (21,5%) são os que mais praticam salários com valores de até R$ 1.000. Em ambos, os vencimentos de mais da metade do contingente não passam de R$ 2.000.
Ética na profissão
Responsabilidade Civil dos Colaboradores dos Serviços de Saúde nas Redes Sociais, foi tema da palestra ministrada pelo advogado Péricles Duarte. Durante o debate, o advogado abordou diversos riscos que o profissional da saúde corre ao expor com fotos e vídeos nas redes sociais o seu local de trabalho. Péricles é convidado da Fetessesc para a palestra sobre a ética no uso das novas tecnologias de comunicação, marcada para a reunião final da diretoria, no dia 15 de dezembro, no Recanto Champagnat, em Florianópolis.