A nova rodada de negociação para dia 8 de janeiro de 2015, às 13h30min, na sede da Fiesc, em Florianópolis
Ficou para o ano que vem o fechamento do acordo sobre o reajuste do Piso Salarial Estadual. Na segunda rodada de negociação, realizada nesta quinta (16/12) na sede da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), a comissão de trabalhadores rejeitou, pela segunda vez, a proposta da patronal, que ofereceu apenas 7% de reajuste diante de uma inflação estimada em 6,21% para este ano.
A primeira proposta apresentada pelos trabalhadores foi de um reajuste de 15%. Desta feita foi de 12%. Como não se chegou a um acordo, foi marcada nova rodada de negociação para dia 8 de janeiro de 2015, às 13h30min, no mesmo local. Federações, centrais e sindicatos de trabalhadores de Santa Catarina têm representantes na comissão de trabalhadores.
O coordenador da comissão, Ivo Castanheira, disse que a intenção é esgotar todas as possibilidades, salientando que o processo é importante porque o reajuste do Piso Salarial Estadual atinge milhares de trabalhadores que recebem salários baixos. A média do Piso Salarial pago atualmente está bem abaixo do salário mínimo necessário para a sobrevivência de uma família de quatro pessoas que, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), deveria ser de R$ 2.800.
De acordo com o supervisor técnico do Dieese e economista José Álvaro Cardoso, não existe argumento que impeça um aumento real significativo no Piso Estadual, “já que a economia vai bem”. Ele cita alguns exemplos positivos para o país, como democracia estável, economia com fundamento sólido, investimento em infraestrutura (99% das obras do PAC estão em dia), margens de lucro atraentes e escala de mercado (50 milhões de pessoas incluídas no consumo), fatores que têm atraído os investidores internacionais. “Está faltando mão de obra. O desemprego em Santa Catarina, por exemplo, é de 3,2%”, resume o economista.
Apesar dessa realidade, o Brasil tem crescimento desigual, assim como é desigual e cruel a distribuição da riqueza no País. “Pagar mais ao trabalhador resulta em aumento de consumo, mais produção, circulação das riquezas e de bens. A consequência é crescimento econômico e social”, defende Cardoso. O Piso Salarial Estadual existe desde 2009.