As maiores diferenças salariais, entre o esperado e o pago, estão no Brasil e na Rússia. As russas recebem 32,8% menos que os homens
Mulheres em todo o mundo recebem salários de 4% a 36% menores em comparação à remuneração oferecida para homens exercendo a mesma função. É o que mostra o relatório Global Wage Report 2014/15, publicado dia 05 de dezembro, pela Organização internacional do Trabalho – OIT. A discriminação está presente inclusive entre trabalhadores e trabalhadoras com alto nível de escolaridade.
Foram analisados 38 países e em todos os homens recebem salários maiores. A maior diferença foi encontrada nos EUA, onde as mulheres ganham, em média, US$ 64,20 para cada 100 dólares pagos aos homens.
A OIT usou como pontos diferenciais a serem considerados (e que pudessem justificar alguma diferença) experiência de trabalho, educação, categoria ocupacional (de gerencial a operacional), atividade econômica, localização (rural ou urbana) e intensidade de trabalho (horas trabalhadas). Nos EUA, considerando esses pontos, as mulheres deveriam receber 28% a menos que os homens, e não os atuais 36% a menos.
Em países como Rússia e Brasil, as mulheres pontuaram mais nos quesitos usados como justificativa (como escolaridade, produtividade e experiência) mas, mesmo assim, permanecem recebendo menos.
Ainda segundo o relatório, considerando a pontuação alcançada por homens e mulheres, as mulheres deveriam receber mais que os homens na maioria dos países analisados.
Nos países europeus, as mulheres deveriam receber 0,9% a mais que os homens – mas, na prática, recebem 18,9% a menos. No Brasil, na Dinamarca, na Suécia e na Lituânia, considerando experiência, produtividade e escolaridade das mulheres em comparação aos homens, elas deveriam receber 10% a mais. Na China, onde a tendência de diminuição de salários não é tendência, segundo o relatório, a remuneração deveria ser 0,2% a mais para as mulheres. Entretanto, elas recebem 22,9% a menos.