A diretoria de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde do Estado de Santa Catarina, no uso de suas atribuições, instituiu que todos os equipamentos de hemodinâmica em atividade em SC, devem registrar doses de radiação dos pacientes
A utilização das radiações ionizantes na prática médica se faz necessário à medida que se deseja a obtenção de imagens do interior do corpo humano de forma não invasiva. Após sua descoberta em 1895, os raios-x foram rapidamente empregados na obtenção de diagnósticos. Tendo em vista as vidas que foram salvas ou prolongadas com esse método de diagnóstico, os prejuízos causados pela utilização dos raios-x são menores que os benefícios de sua utiliação, quando empregados de forma adequada.
Como forma de minimizar os prejuízos acarretados pela utilização das radiações ionizantes, cabe aos serviços de radiodiagnóstico implementar uma cultura de radioproteção, sendo esta fundamental na melhoria da segurança de pacientes e profissionais envolvidos nesta modalidade de diagnóstico.
Com a crescente utilização faz-se necessário o controle cada vez mais rigoroso e claro das doses do qual operadores e pacientes estão submetidos, não com o objetivo de coibir mas sim de padronizar, com baixas doses e alta qualidade os procedimentos.
Embora as tecnologias estejam cada vez mais sofisticadas, os equipamentos são dependentes do operador, nada vale uma tecnologia de ponta sem que o operador tenha conhecimento sobre a técnica, nomenclaturas, informática e como controlar as doses.
A física médica, área da física e medicina que une as duas ciências tem papel incontestável e bem consolidado na interface entre a tecnologia e os resultados, tanto na aplicação prática em rotinas de hospitais e clínicas, quanto na pesquisa. Um dos objetivos principais da física médica é justamente o controle direto das doses utilizadas nos procedimentos.
A diretoria de vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde do Estado de Santa Catarina, no uso de suas atribuições, instituiu por meio da IN n.004/DIVS/SES, de 02/09/2010, que todos os equipamentos de hemodinâmica em atividade em SC devem registrar doses de radiação dos pacientes em cada procedimento.
Um profissional cadastrado vai registrar em um sistema online qual a dose que cada paciente recebeu no decorrer do dia. esse controle é uma evolução significativa em todo o território nacional, segue o modelo de países desenvolvidos que já aplicam esse procedimento na rotina, inclusive estendido para tomografia, mamografia, raios-X convencional, etc.
Clínicas e hospitais devem estar atentos às evoluções também no que se refere aos controles de de doses, não só em tecnologias modernas, mas principalmente no preparo da equipe, reciclagem, treinamentos e uma equipe de físicos médicos qualificados para proteger todos os envolvidos, atender as legislações, otimizar a vida útil dos equipamentos e usar radiações somente em benefício da sociedade.
*Físico Walmoli Gerber Jr. - Diretor Executivo da Brasilrad Física Médica e Proteção Radiológica; Físico Especialista em Física da Radiodiagnóstico – ABMF 396-1663; diretor da vertical saúde da ACATE; secretário geral da ABFM.
| Foto: Edson Soares/ Flickr.
| Escrito por Walmoli Gerber Jr./Publicado na revista Saúde Catarinense.