Dados foram divulgados pela Organização Mundial de Saúde, que voltou a denunciar a ‘escandalosa desigualdade’ de acesso às vacinas no mundo.
Pelo menos 115 mil profissionais de saúde morreram de Covid-19 desde o início da pandemia, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde – OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na Assembleia Mundial da Saúde, nesta segunda-feira, 24.
Adhanom pretou homenagem ao todos os profissionais de saúde em seu primeiro pronunciamento. “Por quase 18 meses, profissionais de saúde e cuidados de saúde em todo o mundo estiveram entre a vida e a morte. Eles salvaram inúmeras vidas e lutaram por outros que, apesar de seus melhores esforços, não conseguiram salvar. Muitos foram infectados e, embora os registros sejam escassos, calculamos que pelo menos 115 mil profissionais da saúde e de cuidados pagaram o preço definitivo a serviço de outros”, disse o presidente da OMS.
E, completou: “Os profissionais de saúde fazem coisas heróicas, mas não são super-heróis. São humanos como todos nós. Muitos se sentem frustrados, desamparados e desprotegidos, com a falta de acesso a equipamentos de proteção individual, vacinas e ferramentas para salvar vidas”, lamentou.
O diretor-geral da OMS voltou a denunciar a “escandalosa desigualdade” de acesso às vacinas no mundo, que “perpetua a pandemia”. Segundo ele, mais de 75% de todas as vacinas foram administradas em apenas dez países. “Não há uma forma diplomática para dizer isso: um pequeno grupo de países que fabricam e compram a maioria das vacinas (…) controla o destino do restante do mundo. O número de doses administradas até agora em todo mundo teria sido suficiente para cobrir todos os trabalhadores de saúde e os idosos, se tivessem sido distribuídas de forma equitativa”, afirmou.
“Lógica de guerra” para conter pandemia – O secretário-geral da Organização das Nações Unidas – ONU, António Guterres, afirmou que o mundo está “em guerra” contra a Covid-19 e pediu que a comunidade internacional adote, portanto, uma lógica de guerra para conter a pandemia. “Estamos em guerra contra um vírus. Precisamos da lógica e da urgência de uma economia de guerra para aumentar a capacidade de nossas armas”, disse Guterres.
“Se não agirmos agora, nos encontraremos em uma situação em que os países ricos vacinarão a maioria de sua população e abrirão suas economias, mas o vírus continuará circulando e mudando nos países mais pobres”, afirmou o secretário-geral da ONU.