A 14ª Plenária Estadual da CUT, que aconteceu entre os dias 29 e 31 de maio no Hotel Canto da Ilha da CUT, em Florianópolis, debateu a plataforma de atuação da central para os próximos anos e debateu sobre as eleições deste ano, que elegerá governadores, deputados e o presidente da República.
Segundo o presidente da Fetessesc, Cleber Ricardo da Silva Cândido, uma das decisões foi que a CUT continuará a dar seu apoio incondicional à manutenção da esquerda no poder.
“Temos que continuar com o projeto que está aí, porque é nosso. Reconhecemos que o atual governo está coligado com partidos da direita para garantir a governabilidade e, por isso, assumimos o compromisso de eleger um maior número de parlamentares da esquerda, alinhados com os interesses dos trabalhadores, para melhorar a correlação de forças nos próximos anos”, argumentou Cândido.
Em relação às eleições estaduais, o desafio é ainda maior. “Avaliamos que tanto o Poder Legislativo quanto o Poder Executivo do governo de Santa Catarina é liderado pela direita. Por isso, temos como desafio tentar eleger parlamentares e um governo do Estado mais próximos das bandeiras de luta do movimento sindical”, completou o presidente.
Neste ano, o encontro contou com a participação de mais de 300 trabalhadores de diferentes categorias, e a Federação junto aos sindicatos da saúde do Estado enviaram nove delegados, que enviaram para a discussão da plenária as bandeiras de luta sobre a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais, o piso da enfermagem e a necessidade de se melhorar a qualidade do SUS (Sistema Único de Saúde).
A plenária é um encontro previsto no estatuto e tem como objetivo atualizar as discussões de conjuntura, fazer um balanço das ações e, caso necessário, definir novas resoluções, reafirmando ou definindo algumas prioridades.
50 anos do golpe foi o tema escolhido
O tema da plenária foi “50 anos do golpe civil-militar: pelo direito à verdade e a justiça”, escolhido pela direção estadual, com o intuito de fazer uma reflexão sobre o período de ditadura do Brasil, que aconteceu de 1964 à 1985 e deixou marcas na história de luta de todos os brasileiros, em especial à classe trabalhadora.
Na mística de abertura, com a dinâmica do Teatro dos Oprimidos, em que coloca as pessoas como sujeito da peça, um grupo de dirigentes e militantes encenaram um teatro que trouxe a história do país e como o Brasil foi construído com exploração das pessoas e com a reação dos povos, frente as situações de injustiça.
A representante do Coletivo de Memória, Verdade e Justiça de Santa Catarina, Maria Lucia Haygert, participou da mesa de abertura da Plenária e parabenizou a CUT pela escolha do tema. “Quando avaliamos, quem foram os perseguidos, os presos, mortos e torturados durante o regime militar, fica evidente a perseguição aos representantes da classe trabalhadora, por isso não temos dúvida em afirmar que o golpe, foi um golpe de classes”, salientou.
| Foto: Diretores da Fetessesc participam da 14ª Plenária Estadual da CUT, em Santa Catarina/Silvia Medeiros – CUT-SC
|Com informações da CUT-SC.
