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Postado em 8 de maio de 2020 Por Em Coronavírus, Destaque, noticias, Notícias, Santa Catarina, Sem categoria E 947 Views

Desafios do movimento sindical em tempos de pandemia é tema de debate entre Federações dos trabalhadores e DIEESE

Nesta quarta-feira (06/05), Federações de Trabalhadores de Santa Catarina e o DIEESE promoveram o debate online Desafios do movimento sindical em tempos de pandemia. Dirigentes sindicais puderam compartilhar suas realidades e desafios que enfrentam nas atividades de representação dos trabalhadores em meio a pandemia do Coronavírus. Ao todo 12 diretores de entidades sindicais participaram do encontro online.

O debate foi iniciado com uma análise de conjuntura realizada pelo diretor do DIEESE José Álvaro Cardoso. O economista pontuou fatores importantes que compõe o cenário político-econômico brasileiro e mundial.

A presidente da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde de Santa Catarina, Maria Salete Cross, realizou um aprofundado informe sobre a dura realidade que enfrentam os trabalhadores da saúde de Santa Catarina nesta pandemia do Covid-19. De acordo com a dirigente sindical, há um afastamento significativo dos profissionais de saúde por conta de contágios que ocorrem no local de trabalho. No estado catarinense 632 trabalhadores estão com suspeita de estarem infectados com Coronavírus, há 66 casos confirmados entre a categoria e 14 profissionais estão internados com suspeita da doença, e ainda há um caso de hospitalização grave.

Os dirigentes sindicais avaliaram a atividade como muito positiva. “Eu fico feliz que estamos conseguindo compartilhar as informações sobre nossas atividades em nível estadual”, avaliou Moacir Effting, presidente da Federação dos trabalhadores Gráficos de Santa Catarina, que também afirmou a necessidade do movimento sindical utilizar as plataformas digitais para realizar negociações  coletivas de trabalho.

Altamiro Perdoná, presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário de Santa Catarina afirmou que o momento é difícil, mas que não falta empenho dos dirigentes sindicais catarinenses para fechar acordos que garantam direitos aos trabalhadores. “Não falta coragem, não falta empenho. Estamos preparados para enfrentar esses desafios”, disse o presidente da Feticom-SC.

O presidente da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos de Santa Catarina, Ewaldo Gramkow, reforçou a importância do trabalho dos sindicatos na realização de acordos para além de garantir direitos aos trabalhadores permitir a segurança jurídica neste momento de crise sanitária. “Nós estamos trabalhando direto, realizando os acordos e em alguns casos estamos conseguindo bons reajustes, mas muitas empresas estão impondo cortes nos salários de até 50%”. Relatando a realidade das negociações coletivas de trabalho durante a pandemia estavam o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Brusque, Eduardo de Souza e o diretor do mesmo Sindicato Jorge Luiz Putsch, que também é diretor do DIEESE-SC.

O expressivo índice de desemprego dos trabalhadores do comércio por causa dos efeitos da pandemia foi pontuado pelo diretor da Federação dos Trabalhadores no Comércio e do DIEESE-SC, Ivo Castanheira. Assim como o desafio de representar uma classe de trabalhadores que possui uma alta rotatividade.

O diretor  da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias e do DIEESE-SC, Landivo Fischer, falou sobre a importância do diálogo entre as entidades sindicais da região sul para encontrar solução conjuntas. “Nós tivemos recentemente uma vídeo-conferência com todos os sindicatos dos trabalhadores da indústria de Santa Catarina assim como as entidades do Paraná e Rio Grande do Sul que fazem parte do Fórum Sul. Nessa reunião foi tirada uma agenda para debater soluções perante a esta pandemia que está afetando todo o país”, disse Landivo.

Lizeu Mazzioni, presidente da Federação dos Trabalhadores Municipais de Santa Catarina relatou a situação dos servidores municipais no estado. “Por mais que as pessoas achem que os servidores estão com tudo garantindo, a realidade mostra que não é bem assim. Os servidores estão sentindo os impactos dessa pandemia. Agentes comunitários da saúde, trabalhadores das UPAS e Postos de Saúde desde o início passaram por dificuldades, como as faltas de equipamentos e treinamentos”, explicou o presidente da FETRAM/SC.

A diretora da FETESSESC e do DIEESE-SC, Tatiane de Castro, fez a última fala da reunião resgatando pontos importantes das falas dos dirigentes sindicais no debate buscando apontar o caminho para a superação dos desafios que o movimento sindical vem enfrentando. “Todas as crises têm unificado ainda mais o movimento sindical. Precisamos saber como reconstruir o movimento. É preciso saber quais serão as ferramentas que vamos usar e se capacitar. É necessário repensar o modo de trabalhar para aumentar a representação dos sindicatos com menos custos para estes. Para isso será muito importante continuar realizando esses encontros virtualmente”, afirmo Tatiane de Castro.  

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