Desde de novembro de 2018, quando os médicos cubanos saíram do programa Mais Médicos, a população catarinense vem sofrendo com a falta de atendimentos na atenção básica. Atualmente, faltam 135 médicos para o programa no estado.
Duas tentativas de repor os profissionais foram feitas. O edital lançado no final de 2018 pelo Ministério da Saúde, depois da saída dos cubanos, reuniu interessados em ocupar 258 vagas em 143 cidades catarinenses. Entretanto, a Comissão de Coordenação Estadual do Programa em SC aponta que 21,7% dos médicos selecionados desistiram de assumir os postos entre janeiro e março deste ano.
Nos outros estados brasileiros a situação não é diferente. Cerca de 15% dos médicos brasileiros que entraram no Mais Médicos após a saída dos cubanos desistiram de participar do programa nos primeiros três meses.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o maior volume de saídas do programa é registrado em cidades com 20% ou mais da população em extrema pobreza. São 324 desistências, ou 31% do total. Em seguida estão capitais e regiões metropolitanas, com 209 desistências, ou 20%.
O programa Mais Médicos foi lançado em 2013 pelo governo da presidente Dilma, com o objetivo de, através da presença de médicos de outros países, suprir a carência desses profissionais nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades brasileiras. Segundo dados do Ministério da Saúde de Cuba, atenderam mais de 113,3 milhões de pacientes em mais de 3.600 municípios brasileiros. Os médicos cubanos constituíam 80% dos médicos do programa, que levou a mais de 700 municípios um médico pela primeira vez na história.