Em um ato de coragem e resistência na sessão prevista para a votação da Reforma Trabalhista desta terça-feira (11 de julho), cinco senadoras ocuparam a mesa diretora do Senado Federal e barraram a continuidade da leitura da pauta da sessão. As parlamentares Gleisi Hoffmann (PT-PR), Fátima Bezerra (PT-RN), Vanessa Grazziotin (PC doB- AM) e Lídice da Mata (PSB-BA) representaram no Congresso Nacional a vontade de milhares de trabalhadoras brasileiras contrárias as retiradas de direitos. Como resposta, o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE) suspendeu a sessão e ordenou que as luzes do plenário fossem apagadas e que os microfones fossem desligados.
A senadora Gleisi Hoffmann defendeu que o Senado exerça o seu papel como Casa revisora e altere os pontos da reforma trabalhista que achar necessário. “Qual o problema de o projeto voltar de novo para a Câmara? As principais prejudicadas com essa reforma trabalhista são as mulheres. São as empregadas domésticas, as mães que não vão ter mais lugar salubre de trabalho, é a questão do menor salário. É isso que vai acontecer”, criticou.
As mulheres serão as mais afetadas se as Reformas Trabalhista e Previdenciária forem aprovadas. A Reforma Previdenciária, por exemplo, pretende igualar as condições de homens e mulheres para se aposentar e quer ampliar o tempo de contribuição sem levar em consideração as diferenças sociais entre os gêneros. Assim, no caso das mulheres, a idade mínima para aposentar passaria dos atuais 60 para 65 anos, somada ao tempo mínimo de contribuição, que sobe de 15 para 25 anos. A categoria e movimento sindical da área da saúde, de maioria feminina, que têm dupla e até tripla jornada, não irão se submeter ao agravamento nas suas condições de trabalho refletidas nessas propostas de reformas, e saúda as mulheres que as representaram nesta tarde no Senado Federal.