Os desafios e as perspectivas das negociações em 2014 foram temas de debate da IX Jornada Nacional de Debates, promovida na manhã desta quinta-feira (24) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em conjunto com seis centrais sindicais (CTB, CUT, CGTB, NCST, Força Sindical e UGT) no auditório da Fecesc (Federação dos Trabalhadores do Comércio no Estado de Santa Catarina), no centro de Florianópolis. Estiveram presentes cerca de 70 sindicalistas de diversos setores.
O evento foi coordenado pelo economista e supervisor técnico do Dieese em Santa Catarina, José Álvaro Cardoso, que destacou a importância de oferecer subsídios aos sindicatos filiados e ainda debater as tendências da economia para que as negociações nas bases sejam mais efetivas em prol dos trabalhadores.
O coordenador da Direção Sindical do Dieese em SC, Ivo Castanheira, que também é diretor da Fecesc, afirmou que é preciso se organizar cada vez mais e manter atualizado um levantamento das datas base dos sindicatos para que haja troca de informações.
Em seguida, os participantes assistiram a um vídeo em que o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, apresentava os principais indicadores da conjuntura nacional, os números acumulados desde 2003 e as perspectivas para esse ano.
“Quase a totalidade das categorias conseguiram repor nos salários a inflação acumulada. A tendência para 2014 é termos uma ação sindical revigorada, uma inflação semelhante a de 2013 e uma evolução do salário mínimo real como tem ocorrido nos últimos anos”, afirmou Clemente, que finalizou alertando para as demandas que vem surgindo na sociedade e que o movimento sindical tem capacidade para atuar localmente, como os temas e mobilidade urbana, saneamento e educação.
Depois do vídeo, foi formada uma mesa de debates, na qual participaram (na foto, da esquerda para a direita): Cleverson de Oliveira, do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Joinville, que é também secretário de formação da CUT/SC; Luiz Silva, presidente da Fevasc e Moacir Pedro Rubini, diretor da Fetiesc ambos da UGT; e Orlando Soares Filho, diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Brusque, representando a Força Sindical.
A grande reflexão foi sobre como os sindicatos devem agir nesse complexo cenário. De um lado, o movimento dos trabalhadores registra ganhos, como a condição de quase pleno emprego (o Dieese estima 10% de desemprego ainda, mas é um índice baixo considerando o histórico brasileiro), o aumento de formalização dos empregos e a ampla recuperação do poder de compra do salário mínimo. Por outro, novas e velhas ferramentas de repressão e deslegitimação da atividade sindical são usadas contra a classe trabalhadora, como as ações judiciais que anulam greves e oneram as entidades, e a crise de credibilidade do sindicalismo sustentada pela imprensa burguesa.
*Com informações da Fecesc.
| Escrito por Camila Rodrigues da Silva – assessoria de comunicação/Fetessesc.